Escócia pedirá novo referendo de independência após eleições de 2021

Em 2014, 55% da população votou pela permanência no Reino Unido, e principal argumento foi medo de ficar fora da União Europeia

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, que é pró-independência, garantiu a seus apoiadores nesta segunda-feira (30) que pedirá ao governo britânico autorização para organizar um segundo referendo sobre a autonomia do país se seu partido vencer as eleições regionais de maio.

A chefe do Executivo escocês e líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) se dirigiu às bases do partido durante um congresso anual, realizado este ano por videoconferência devido à pandemia. Ela garantiu que aproveitará as eleições legislativas regionais de 2021 para defender o direito da Escócia, nação de 5,5 milhões de habitantes, de decidir seu futuro.

“No próximo mês de maio pediremos a vocês, povo da Escócia, que depositem sua confiança em nós para continuar esta tarefa de construir um país melhor”, disse ela.

“Pedirei sua autoridade, a de mais ninguém, para realizar um referendo sobre a independência legal na primeira parte da nova legislatura”, afirmou.

“E então, coletivamente, poderemos responder a essas questões fundamentais que levantei hoje, quem é o mais adequado para liderar a recuperação da Escócia e construir um futuro melhor”, acrescentou.

A Escócia realizou um referendo de independência em 2014, no qual 55% dos escoceses votaram pela permanência no Reino Unido. Na época, o principal argumento contra a separação era o risco de ficar fora da União Europeia.

Porém, ironicamente, após a vitória do Brexit em outro referendo dois anos mais tarde, a Escócia acabou sendo arrastada para fora do bloco com o resto do Reino Unido, apesar de ter rejeitado amplamente essa opção.

Sob o argumento de que esse cenário muda as coisas, Sturgeon prometeu exigir um segundo referendo, ao qual o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se opõe veementemente.

O SNP registrou um grande avanço eleitoral nas eleições gerais britânicas de 2019 para o Parlamento de Londres, conseguindo 47 (contra 35 até então) dos 59 assentos eleitos na Escócia.

Agora espera conquistar a maioria absoluta no Parlamento de Edimburgo, impulsionada pelo Brexit e pela boa aceitação pública de sua gestão da pandemia do coronavírus, enquanto o governo britânico de Boris Johnson sofreu críticas por sua política errática.

Pesquisas realizadas nos últimos meses mostraram que a maioria dos escoceses apoia a independência.

Fonte: G1

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