Governo da Espanha aprova decreto que proíbe diferença salarial entre homens e mulheres

Segundo o governo, as empresas terão seis meses para se adaptar às regras

O conselho de ministros da Espanha aprovou na terça-feira (13) dois que decretos que têm como objetivo promover a igualdade de gênero nas empresas do país: o primeiro proíbe oficialmente a diferença salarial entre homens e mulheres no país, enquanto o segundo pretende garantir que as companhias auditem seus projetos de diversidade — desde a contratação até o desligamento das profissionais.

“A partir de hoje, um homem e uma mulher não podem mais receber remuneração diferente”, afirmou a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, após a reunião. Na avaliação da ministra, a desigualdade salarial por gênero é considerada “aberração judicial e democrática”.
Yolanda e a ministra da Igualdade, Irene Montero, lembraram que a disparidade de gênero não se limita à esfera da remuneração, mas também se reflete na precariedade do emprego e nas dificuldades para conciliar trabalho e vida pessoal, principalmente em época de pandemia.

“Estamos cientes desde o início desta situação emergencial. Se não implementarmos políticas públicas para preveni-la, o peso dessa situação voltará a recair sobre as mulheres e poderá haver retrocessos de muitos anos no acesso aos direitos”, disse Irene.

Segundo o governo, as empresas terão seis meses para se adaptar às regras. Elas terão de manter registros de salários e funções dos funcionários e divulgar os documentos explicando o motivo de, eventualmente, pagar valores diferentes para pessoas que exercerem a mesma função. A multa pode chegar a 187 mil euros (cerca de R$ 1,2 milhão).

Líderes mulheres ganham menos no Brasil

Pesquisa da empresa de recrutamento online Catho divulgada nesta quinta-feira (15) mostra que mulheres em cargos de liderança como gerentes e diretoras ganham, em média, 23% a menos do que homens no Brasil.

A pesquisa, feita com 10 mil pessoas, aponta ainda que o salário é desigual em outros níveis hierárquicos, como supervisor/coordenador (-15%) e analista (-35%). A exceção ocorre na posição de assistente/auxiliar, na qual as mulheres costumam receber 2% a mais que os homens.

“Os dados mostram que a desigualdade salarial entre os gêneros ainda é muito latente e requer esforços genuínos das empresas”, destacou Patricia Suzuki, diretora de gente e gestão da Catho.

Fonte: G1

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