O Irã emitiu um mandado de prisão para o presidente americano, Donald Trump, e outras 35 pessoas pelo assassinato do general Qassem Soleimani e pediu ajuda à Interpol. A afirmação foi feita pelo promotor de Teerã, Ali Alqasimehr, nesta segunda-feira (29), segundo a agência de notícias iraniana de notícias Fars.
Para os Estados Unidos, a medida iraniana é um “golpe de propaganda que ninguém leva a sério”.
O promotor iraniano afirmou que os mandados foram emitidos sob a acusação de ação terrorista e de assassinato de Qassem Soleimani, chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã e um dos homens mais poderosos do país.
Ele foi morto em um ataque com drone dos Estados Unidos em Bagdá, no Iraque, em janeiro. A ordem para que o general fosse executado partiu de Donald Trump. Washington acusou o general de orquestrar ataques de milícias alinhadas ao Irã contra forças norte-americanas na região.
Alqasimehr afirmou que o Irã pediu à Interpol para emitir um “aviso vermelho” para Trump e as outras autoridades civis e militares dos EUA que são acusadas pela República Islâmica de participar do ataque. Ainda segundo o promotor, o Irã continuará a investigar o assunto após o término do mandato presidencial de Trump. O mandatário americano concorre à reeleição no início de novembro.
‘Golpe de propaganda’
O enviado norte-americano para o Irã, Brian Hook, afirmou que a iniciativa iraniana é um “golpe de propaganda”, segundo a France Presse.
“Nossa avaliação é de que a Interpol não intervém e não emite alertas vermelhos baseados em natureza política”, disse Hook ao lado do ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, em Riad.
“Esse é de natureza política. Isso não tem nada a ver com segurança nacional, paz internacional ou promoção da estabilidade. É um golpe de propaganda que ninguém leva a sério”, completou Hook.
Escalada de tensão
O assassinato de Soleimani, de 62 anos, levou os Estados Unidos e o Irã à beira de um conflito armado. Após o ataque em Bagdá que matou o general iraniano, o Irã prometeu vingança e fez um ataque contra bases que abrigavam tropas americanas no Iraque.
Horas depois, um avião ucraniano com 176 pessoas foi derrubado logo após decolar do aeroporto de Teerã. Dias depois a Guarda Revolucionária assumiu o erro. Na época, os militares afirmaram que o avião voava perto de um local sensível e foi derrubado devido a um erro humano.
Fonte: G1