O governo da China declarou na quinta-feira (12) que o pico do surto do novo coronavírus acabou no país. Os novos casos de Covid-19 continuam em declínio, afirmou o porta-voz da Comissão Nacional de Saúde, Mi Feng, em entrevista coletiva em Pequim.
Nas últimas 24 horas, foram registrados apenas 15 novos casos no país. A província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, considerada o epicentro da epidemia, registrou apenas oito novas infecções. É a primeira vez que Hubei registra uma contagem diária de menos de 10 novos casos.
Entre os novos casos figuram seis pessoas que chegaram do exterior. Nas últimas 24 horas, 11 pessoas morreram, e esse é o menor número desde 24 de janeiro no país mais populoso do mundo.
Ao todo, o novo coronavírus já matou 3.173 pessoas na China, o país que mais foi afetado pela doença.
Impactos na economia chinesa
O avanço do novo coronavírus pelo mundo tem provocado abalos nos mercados globais e elevado as preocupações de investidores e governos sobre o impacto da pandemia nas cadeias globais de suprimentos, nos lucros das empresas e na atividade econômica, aumentando o risco de uma recessão global.
Na China, o surto tem fechado fábricas e centros comerciais e deixado muitos cidadãos trancados em suas casas por medo do contágio, reduzindo dessa forma o consumo e a produção industrial. A China é a segunda maior economia do mundo, com uma participação no PIB global da ordem de 18%.
Embora ainda seja difícil estimar a magnitude do choque na economia, já é praticamente consenso que a economia global e o PIB (Produto Interno Bruto) da China deverão crescer menos que o esperado em 2020.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu a previsão de crescimento da economia mundial para 2020, passando a projetar um crescimento de 2,4%, menor expansão desde 2009 e ante expectativa anterior de 2,9%, citando o coronavírus e as contrações na produção chinesa.
A projeção da OCDE para a China é de uma taxa de crescimento de 4,9% em 2020, 0,8 ponto a menos do que as estimativas de novembro. Em 2019, o PIB chinês desacelerou para 6,1%, o menor crescimento em 29 anos.
Flexibilização de restrições
Com os resultados positivos das últimas semanas, as autoridades chinesas começaram a flexibilizar as restrições sobre os 56 milhões de habitantes da província de Hubei, que tem Wuhan como capital.
Muitas cidades de Hubei estavam isoladas, mas agora as pessoas saudáveis já podem viajar dentro das fronteiras da província.
Várias empresas estão retomando progressivamente suas atividades em Wuhan e no restante de Hubei. Com os seis novos casos “importados” anunciados nesta quinta-feira, o total de infectados que vieram do exterior chega a 85.
Para tentar evitar a propagação, Pequim anunciou na quarta-feira que qualquer pessoa que chegue à capital de outro país ficará em quarentena por 14 dias. No total, a China registrou 80.980 casos do novo coronavírus e 3.173 mortes.
Fonte: G1