Show na Bahia celebra os 50 anos da Tropicália

Musicalmente, o show teve pontos altos como o grandiloquente arranjo sinfônico

Era para ter Tom Zé, o cantor e compositor baiano de 80 anos que se conservou tropicalista pela própria natureza libertária da obra e do espírito musical. Mas o remanejamento da cerimônia-show da segunda edição do Prêmio Caymmi de Música – reprogramada para a noite de 18 de agosto de 2017, uma semana após a data prevista inicialmente – impediu a participação do artista no show que celebrou os 50 anos da Tropicália.

Coube a Alice Caymmi, cantora e compositora carioca, assumir o lugar de Tom Zé no show apresentado no Teatro Castro Alves com a big-band intitulada Bandão Caymmi em alusão ao cantor, compositor e músico baiano Dorival Caymmi (1914 – 2008), avalista do seminal Troféu Caymmi, criado em 1985 e embrião da atual premiação produzida desde 2015 pela Via Press Comunicação e Eventos.

Alice e o cantor e compositor baiano Saulo Fernandes foram os convidados do show em que o Bandão Caymmi – composto por 37 músicos, cantores e arranjadores indicados à premiação – embalou sucessos da Tropicália com arranjos sinfônicos.

Musicalmente, o show teve pontos altos como o grandiloquente arranjo sinfônico de Mamãe, coragem (Caetano Veloso, 1968), canção puxada pela paraibana, radicada em Salvador (BA), Flavia Wenceslau, cantora e compositora que foi uma das laureadas com os 22 troféus entregues no palco do Teatro Castro Alves entre os números do show criado sob a direção artística de Márcio Meirelles.

A abertura do show foi feita com a música-título do álbum, Tropicália (Caetano Veloso), lançada em 1967 e ausente do disco de 1968, em número entrecortado com trechos de Miserere Nobis (Gilberto Gil e José Carlos Capinam, 1968). A junção de duas ou três composições em um mesmo número impediu a fruição de canções como Baby (Caetano Veloso, 1968). Panis et circensis (Caetano Veloso e Gilberto Gil, 1968), por exemplo, foi amalgamada com Enquanto seu lobo não vem (Caetano Veloso, 1968).

De todo modo, a cerimônia da segunda edição do Prêmio Caymmi de Música resultou mais dinâmica do que a primeira, transcorrendo com maior agilidade. Contudo, em que pese a exuberância de alguns arranjos, a ausência de Tom Zé foi sentida.

Fonte: G1

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