O presidente do Equador, Lenín Moreno, decretou na quinta-feira, 3, a retirada de todas as funções de seu vice-presidente, Jorge Glas, na primeira crise registrada em seu governo, iniciado há dois meses.
Segundo um decreto, Moreno retirou as responsabilidades de seu companheiro de chapa, após as severas críticas que este lhe fez na véspera. No entanto, a decisão não implica na destituição de Glas, que também foi vice-presidente de Correa entre 2013 e 2017.
Acusado por seus adversários de corrupção no escândalo envolvendo a Odebrecht, Glas publicou uma carta com críticas a Moreno acusando-o de se aliar ao grupo do líder opositor Abdalá Bucaram.
O vice também acusa Moreno de entregar o controle dos veículos estatais a “representantes da mídia” e de manipular “de maneira perversa os números da economia” durante a administração de Correa. “Sei o que vou enfrentar por denunciar de maneira frontal o que está acontecendo e a possível aplicação de um pacotaço (econômico) contra meu povo”, escreveu Glas.
Segundo Glas, o atual presidente “está acusando os membros do governo anterior de corruptos” e talvez “prepare o terreno para perseguir seus antigos aliados visando saciar a sede de vingança de seus novos amigos”.
Na terça-feira, Glas rebateu acusações da oposição sobre seu envolvimento em vários casos de corrupção, incluindo o escândalo Odebrecht, desacreditando as delações do grupo brasileiro.
“O que envolve a Odebrecht eu não considero. Me investigaram por todos os lados, senhoras e senhores, e é bom que seja assim. O que diz um delator que busca reduzir sua pena eu não considero, e está claro que (…) esta empresa quer me envolver para se vingar de um dos funcionários públicos que a expulsou do país”.
Fonte: G1