Múltiplas abordagens de ‘Despacito’ tendem a exaurir o maior hit de 2017

Já são tantas versões de Despacito que o reggaeton tende a atingir o ponto de exaustão no universo pop

Voz em ascensão no mercado pop sertanejo, o cantor paraense Israel Novaes precisa correr para lançar oficialmente a versão em português de Despacito – a única feita com a autorização do porto-riquenho Luis Fonsi e da panamenha Érika Ender, compositores do reggaeton que ganhou o mundo desde que foi lançado, em janeiro, em gravação feita por Fonsi com o rapper porto-riquenho Daddy Yankee. Fonsi vai participar da versão oficial em português com Israel Novaes.

A questão é que já são tantas as versões e abordagens oficiais e extraoficiais de Despacito que o reggaeton tende logo a atingir ponto de exaustão no universo pop. Por enquanto, Despacito é o maior sucesso deste ano de 2017 em escala planetária. Tanto que o remix oficial produzido com a adição da voz de Justin Bieber e lançado em abril revigorou o tema e galgou o topo das paradas musicais dos Estados Unidos – proeza rara para músicas composta em espanhol. A última composição em espanhol a alcançar tal feito tinha sido Macarena (Rafael Ruíz Perdigones e Antonio Romero Monge e Carlos de Yarza, 1993), que se tornou um hit mundial, inclusive nos Estados Unidos, entre 1996 e 1997.

O risco corrido pelos novos registros oficiais e extraoficiais de Despacito decorre do fato de que, em plena era digital, as informações e as músicas circulam com tal velocidade na web que Despacito pode logo perder o encanto diante de tantas versões simultâneas. A própria Érika Nender decidiu que vai se promover como cantora com disco cujo destaque será uma gravação mais romântica e lenta do reggaeton. Aliás, Luísa Sonsa também apostou no romantismo em registro que já contabiliza milhões de visualizações.

Como a ordem é faturar com o hit do momento em tempos de crise, Despacito já virou até pagode na cadência descontraída do grupo Molejo. Entre abordagens que levam o reggaeton para a pista (pelo duo de música eletrônica Tritom) e para o universo do arroacha (na voz do cantor Netto Gasparzinho), Despacito dificilmente vai chegar com o mesmo fôlego inicial ao segundo semestre, pelo menos no mercado do Brasil. O que jamais vai tirar da composição de Luis Fonsi e Érika Ender o mérito de ter virado um fenômeno em todo o universo pop.

Fonte: G1

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