As crianças de Mossul estão sendo as mais afetadas pela luta entre as tropas iraquianas e o Estado Islâmico, advertiu nesta segunda-feira, 5, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
De acordo com a agência cerca de 100 mil crianças estão presas no fogo cruzado na cidade iraquiana. Ainda de acordo com a Unicef, a agência tem recebido “informes alarmantes” sobre mortes de civis, alguns deles crianças, assassinados enquanto tentam fugir do fogo cruzado.
O representante da organização no Iraque, Peter Hawkins, assegurou em um comunicado que calcula que “cerca de 100 mil crianças permanecem em condições extremadamente perigosas no casco antigo e em novas zonas do oeste de Mossul”.
Hawkins fez um apelo para que ambos os lados do conflito “protejam as crianças e as mantenham fora de perigo em todo o momento, cumprindo suas obrigações de acordo com as leis humanitárias”.
“A vida das crianças está em jogo. Eles estão sendo assassinados, feridos, e usados como escudos humanos. Estão testemunhando e vivendo uma violência terrível, pela qual um ser humano não devia passar jamais”, comentou, dizendo que em alguns casos as crianças são forçadas a entrar no conflito.
A Comissão de Direitos Humanos do Conselho provincial de Nínive, da qual Mossul é capital, denunciou ontem a morte de pelo menos 170 civis na última quinta-feira, 1, pelas mãos dos jihadistas em um bairro situado na parte ocidental do rio Tigre, que divide a cidade.
Os civis foram mortos diante da entrada de uma fábrica de bebidas. Hawkins também disse que “os ataques contra civis e infraestruturas civis como hospitais, clínicas, escolas, casas e sistemas de água devem parar imediatamente”.
Com o apoio dos Estados Unidos, as forças iraquianas seguem apertando o cerco contra o EI, que resiste dentro do centro histórico da cidade. De acordo com informações da agência EFE, estão lutam ao lado do grupo terrorista cerca de 700 combatentes, muitas deles estrangeiros.
Pora-voz do Ministério da Defesa, Tahsin al Jafayi afirmou à EFE que pelo menos 150 mil civis seguem nas zonas controladas pelos radicais, que estão encurralados pelas tropas do governo.
Fonte: G1