Lá veio Criolo com larará messiânico que, entre cadências bonitas do samba, seduziu o público que assistiu à estreia carioca do show Espiral de ilusão em apresentação iniciada no Circo Voador já na madrugada de sábado, 3 de junho de 2017. “Criolo! Criolo! Criolo!”, reverenciou o público fervoroso, diversas vezes, como se estivesse diante do novo Messias do universo pop brasileiro. “Deus os abençoe”, saudou, cúmplice, o cantor e compositor paulistano, numa das vezes em que ouviu o público gritar o nome do artista.
No palco-púlpito do Circo, Criolo pregou a vitória do bem contra o mal em discursos feitos entre uma música e outra. Sintomaticamente, uma das duas únicas composições cantadas fora do trilho autoral do rapper convertido em sambista foi a apocalíptica Juízo final (Nelson Cavaquinho e Élcio Soares, 1973). O fato é que a luz do samba de Criolo chegou aos corações que encheram a pista e a arquibancada do Circo Voador. Um samba, diga-se, devotado às tradições do gênero que, no show, confirmou a grandeza do álbum Espiral de ilusão (2017), lançado em abril.
Fonte: G1