Mercado vê inflação mais alta e PIB menor

Previsão para a inflação subiu de 3,92% para 3,95% em 2017, interrompendo 11 semanas de queda

O mercado financeiro começou a ajustar suas estimativas para a economia após as denúncias de executivos da JBS de que o presidente Michel Temer teria dado aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. As previsões de inflação para 2017 e para 2018 subiram e as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) recuaram.

As expectativas dos analistas do mercado financeiro foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira, 29, por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas.

Para o comportamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017 – a “inflação oficial” do país –, o mercado subiu sua previsão de 3,92% para 3,95%. Com isso, foi interrompida uma sequência de onze semanas de queda do indicador.

Mesmo assim, manteve-se a expectativa de que a inflação deste ano ficará abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. À época, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa.

Pelo sistema vigente no Brasil, a meta de inflação é considerada formalmente cumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de tolerância também fixado pelo CMN. Para 2017, esse intervalo é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima do centro da meta. Assim, o BC terá cumprido a meta se o IPCA terminar este ano entre 3% e 6%.

No ano passado, a inflação ficou acima da meta central, mas dentro do intervalo definido pelo CMN. Já em 2015, a meta foi descumprida pelo BC – naquele ano, a inflação superou a barreira dos 10%.

Já para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação avançou de 4,34% para 4,40%. O índice segue abaixo da meta central (que também é de 4,5%) e do teto de 6% fixado para o período.

Fonte: G1

DEIXE UM COMENTÁRIO

Please enter your comment!
Please enter your name here