O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu o plano de mudar a embaixada do país em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, uma promessa que fez há meses, mas que poderia prejudicar qualquer aproximação com os palestinos, informou a Casa Branca na quarta-feira, 17, à Agência Efe.
“Não vai haver uma decisão iminente sobre a transferência da embaixada. O presidente deixou claro que quer mudá-la, mas só no contexto de que haja mais avanços para uma solução à disputa entre Israel e Palestina”, disse à Efe uma fonte do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, que pediu anonimato.
A mudança da embaixada para Jerusalém é uma medida já cogitada por outros presidentes dos EUA, como Bill Clinton e George W. Bush, mas ambos abandonaram a proposta ao terem que liderar com a complicada realidade política do conflito.
Nenhum país mantém embaixada em Jerusalém. Os palestinos interpretariam a mudança como a aceitação da ocupação de Israel em Jerusalém Oriental, uma anexação que não é reconhecida pela comunidade internacional. Os palestinos reivindicam a região como capital de seu futuro Estado.
Durante a campanha, Trump prometeu que mudaria a embaixada para Jerusalém, chamando a cidade de “eterna capital de Israel”, uma proposta apoiada por muitos republicanos.
O plano inicial de Trump era ordenar a transferência da embaixada no seu primeiro dia no poder, mas mudou de ideia, revelou em fevereiro o senador republicano Bob Corker, que foi um dos cotados para assumir o cargo de secretário de Estado.
No entanto, pouco depois de chegar ao poder, o novo presidente afirmou que a transferência da missão diplomática não seria uma “decisão fácil”.
A promessa tinha dado esperanças ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que disse no último domingo que a mudança da embaixada americana não prejudicaria o processo de paz.
“Mudar a embaixada faria o processo de paz avançar, ao corrigir uma injustiça histórica e destruindo a fantasia palestina de que Jerusalém não é a capital de Israel”, disse Netanyahu em nota.
A decisão suspender o plano ocorre pouco antes de o presidente visitar Israel. Trump chega ao país na próxima segunda-feira, com uma agenda que inclui reuniões com Netanyahu e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
Fonte: G1